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Amor & guerra (6)
A Bárbara escolhera o nome para a bebé, antes do parto. Mesmo sem ter a certeza, acreditava que era uma menina, e que se chamaria Sara. Infelizmente, não tinha com quem opinar sobre o nome da filha. Sem avós maternos, sem saber onde estava o pai e os avós paternos, estavam, as duas, entregues à sua sorte
Estava confiante que, mais tarde ou mais cedo, encontraria um companheiro para a ajudar a criar a filha. Com tantos militares a passarem pelo seu estabelecimento, quando a sua vila fosse contemplada com uma companhia, o que só aconteceria quando os militares deixassem de andar, numa correria de um lado para o outro, como quem anda a apagar fogos, é que teriam direito a essa regalia. Então, um militar, por ela, se encantaria
Entretanto, o Carlos já tinha tido oportunidade de responder à namorada, dizendo-lhe que estava de acordo que o menino se chamasse Miguel
A Miquelina ficou muito feliz por o Carlos concordar com ela, fazendo com que os avós maternos, também, tenham ficado orgulhosos por o neto ter o nome do avô materno
A Bárbara tinha tido um dia muito difícil, sentia muito peso sobre a bexiga, quando fecharam o estabelecimento, disse às empregadas que devia estar por poucas horas
Foram para casa, preparar tudo para o parto. As três estavam muito nervosas, pareciam que estavam a adivinhar que nem tudo ia correr bem
Depois de muitas horas em trabalho de parto, a bebé não nascia. A Bárbara estava exausta, as empregadas não sabiam o que fazer, nunca lhes tinha acontecido um parto assim!
Desesperadas, uma disse que tinha de ser levada para a Missão, porque as freiras estavam habituadas a partos difíceis, os únicos para que eram procuradas
Sem saberem, a quem recorrer, para a levar, lembraram-se dos militares. Uma foi a correr, ao quartel, pedir ajuda. O oficial de dia ordenou que levassem a Bárbara, imediatamente, à Missão, e que fosse acompanhada pelo Furriel enfermeiro
Quando os militares regressaram, as empregadas, da Bárbara, perguntaram-lhes como é que ela estava, ao que responderam, que até a entregarem, às freiras, não tinha acontecido nada de novo
Mas, quem nunca mais a esqueceu foi o Januário: o furriel enfermeiro. Todos os dias procurava saber notícias. Ao ponto de perguntar a si mesmo: “ estarei apaixonado, ou será que só tenho pena dela?”
Aquele brilhozinho nos olhos e o bater do coração, não enganavam ninguém, só podia ser amor!
A Miquelina foi ao fotógrafo para tirar umas fotografias, a ela e ao bebé. Queria que o Carlos se orgulhasse do bonito filho que tinha: tal e qual a cara dele, parecia tirado a papel químico.
Continua
Amor & guerra (5)
A Companhia do Carlos já tinha sofrido várias emboscadas, acionado muitas minas: um inferno! Alguns mortos, muitos feridos, mas o Carlos saiu ileso.
Entretanto, a Miquelina já tinha tido o menino. Correu tudo bem, foi assistida pela mãe e uma vizinha.
Assim que pôde, a Miquelina escreveu para o namorado, informando-o do nascimento do filho, dizendo-lhe que era parecido com ele, pedindo-lhe para dizer que nome é que gostava de pôr ao filho, e assim que tivesse uma fotografia, enviar-lha-ia
A Barbara estava muito preocupa com o parto. Não havia médico, nem enfermeira, nem parteira. Não sabia a quem pedir ajuda, mas as empregadas sossegaram-na, dizendo que já tinha assistido algumas parturientes
O Carlos, quando recebeu a notícia de que era pai de um menino, deu pulos de contente, fazendo com que os camaradas pensassem que não estava bem, não cabia em si de contente
Mas, como há sempre quem não goste de ver ninguém feliz, um deles perguntou-lhe se tinha a certeza que o miúdo era filho dele
Carlos indignou-se, disse que tinha toda a confiança na Miquelina, e não falava mais sobre o assunto
Miquelina estava ansiosa por receber notícias do Carlos, era preciso registar o filho, e ela queria que fosse o pai a escolher o nome. Tinha-lhe escrito a dizer que não se importava que fosse Miguel, mas o nome que ele escolhesse, é que seria o nome do menino
Já tinha caído em desuso, serem os padrinhos a escolher o nome dos afilhados, que consoante o sexo, era o nome da madrinha ou do padrinho
Carlos estava envolvido numa grande operação, composta por três companhias, que tinham como missão fazer recuar os guerrilheiros para fora do território angolano, a Norte. Operação que poderia demorar mais de um mês, fazendo com que não pudesse responder à Miquelina.
Continua
Amor & guerra (4)
O tempo voava, já se tinham passado nove meses, a Miquelina já tinha terminado o tempo, estava à espera do bebé a qualquer momento. Enquanto o Carlos achava que o tempo não passava, aqueles nove meses pareceram-lhe dois anos
Carlos não deixava de pensar no bebé, que ia nascer e no que queria para ele, e se fosse um rapaz, não queria que fosse para a guerra, porque nunca tinha imaginado, que se pudessem cometer tantas barbaridades: pessoas decapitadas, cabeças e braços pelos ares, devido às granadas, pessoas atropeladas nas picadas, emboscadas, helicópteros equipados com canhões, contrariando as convenções internacionais, horrores indiscritíveis!
Começava a estar indeciso na preferência do sexo do bebé, ainda bem que não dependia dele, a Natureza que decidisse. Só pedia que se fosse menino, não fosse para a guerra. O que viesse era bem-vindo
A Barbara, à medida que o fim da gravidez se aproximava, mais sentia a falta dos seus pais. Gostava de ver a sua felicidade por serem avós. Tanto que a poderiam ajudar a criar aquela criança, que ia nascer sem o pai saber
Estava muito preocupada por não ter ninguém a seu lado para a ajudar, para a ensinar, para tomar conta da criança, caso lhe acontecesse alguma coisa.
Se o natural é serem duas pessoas para o conceber, um homem e uma mulher, então para o criarem, também deveriam ser duas.
Tinha tantos pretendentes, a dizerem que a queriam ajudar, mas eram todos militares, que estavam em comissão de serviço, o que lhe fazia lembrar o Carlos, que de um minuto para o outro, desapareceu
A todos dizia, que só aceitava namorar com quem, no fim da comissão, trocasse a viagem grátis para a Metrópole, pelo seu amor.
Continua
A MULHER
Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!
Quantas morrem saudosa duma imagem.
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca rir alegremente!
Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento!
Paixão que faria a felicidade.
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!
Florbela Espanca
Amor & guerra (3)
Na Metrópole, os embarques sucediam-se. Salazar tinha dito: “ Para Angola, rapidamente e em força. Angola é nossa”
Foi criado o Movimento Nacional Feminino, que fez apelos, para que à entrada das salas de cinemas e teatros fossem colocados recipientes, para os espetadores doarem cigarros, para os militares, na frente de batalha, para que as raparigas aceitassem ser madrinhas de guerra, e geriu os aerogramas militares
Miquelina, finalmente, recebeu notícias do Carlos, que a informava ter ficado muito contente por vir a ser pai, desejando que tudo estivesse bem com ela e com o bebé. Quando regressasse casariam
Ficou tão feliz, que até os pais notaram a felicidade estampada no rosto da filha. Nunca lhes revelará a razão por que andava tão triste. Eles respeitavam a sua independência, nunca a questionando sobre quaisquer problemas, e muito menos entre ela e o Carlos. Só se preocupavam em ajudá-la em tudo o que pudessem. Queriam tudo do melhor, para a filha e para o bebé
Barbara só podia contar com ela e com a sua dedicada empregada. Como o negócio estava a crescer, contratou outa empregada, e começou a preparar, a que era o se braço direito, para a substituir, quando tivesse a criança
Todos os dias se lembrava do Carlos, conjeturando como seria feliz, se ele acompanhasse aquela gravidez, junto dela. Se não fosse a maldita guerra, poderia viver uma grande felicidade, nos braços dele. Mas, ao mesmo tempo, se não fosse a guerra, talvez nunca o tivesse conhecido. Acabando por dizer, por que razão não podia ser feliz?
Continua
Amor & guerra (2)
Barbara tentou superar a partida do militar, que a tinha trazido de volta à vida. O negócio começava a compor-se, tinha necessidade de alguém que a ajudasse, uma vez que a barriga crescia e ficava redondinha. Contratou uma empregada, que se tornaria o seu braço direito
Os militares continuavam a chegar a Angola, e a subi-la em direção ao Norte. Ficavam, sempre, alguns dias na Vila da Barbara, por se tratar dum local estratégico, onde aproveitavam para definirem a estratégia e para onde seguir, porque a mobilidade dos guerrilheiros fazia com que tivessem, constantemente, de mudar de estratégia e rumo
O estabelecimento da Barbara, por ser o único na vila, era muito visitado, não só pelos residentes, mas também pelos militares, que tentavam entabular conversa e seduzi-la com promessas, que ela já conhecia. Mas ela só pensava no seu Carlos, o pai do bebé que crescia dentro dela
O Carlos, quando chegou a Lunada, escreveu para a namorada, informando-a do SPM, para poderem contatar um com o outro, mas não recebeu notícias dela, porque no início da guerra, a logística estava longe de ser implementada. Quase que se esqueceu dela, porque os horrores que enfrentou não davam espaço para pensar em mais nada. Foram muitas e grandes as atrocidades cometidas de parte a parte
Miquelina desesperava por não receber notícias dele. Tinha-o informado de que estava grávida, que tinha voltado para a casa dos pais, para que a ajudassem a criar a criança, uma vez que não podia continuar a trabalhar em Lisboa. Disse-lhe, também, que os pais estavam muito felizes por esperarem um neto ou uma neta
Pela sua cabeça passavam tantos pensamentos: “ será que morreu, que está ferido, que não quer assumir a paternidade do bebé, qual a razão por que não responde?”
Estava angustiada, quantos pais não querem saber dos filhos, ou que nem sabem que eles existem, ao contrário das mães, que ficam atadas a eles, para toda a vida!
E perguntava-se, por que razão tinha fraquejado no último momento, se, sempre, tinha sido forte, se às muitas pressões para que fizessem sexo, tinha dito não?
O que a animava era a alegria dos pais, que ao verem a barriga a crescer, contavam os meses e os dias que faltavam para verem a neta ou neto. Para eles, fosse o que fosse, era bem-vindo.
Continua
Amor & guerra
Há sessenta anos, a UPA (União dos povos de Angola) iniciou a luta armada no norte de Angola em 15/3/1961
Um casal, que vivia com a filha, foi assassinado. A Bárbara, sua filha, escondeu-se num abrigo, que havia na cave do estabelecimento, onde guardavam o dinheiro e as mercadorias de muito valor
O pai tinha construído aquele lugar secreto, a pensar na hipótese de um dia terem de o utilizar
Estava equipado e preparado, para passarem lá um mês ou mais. Tinha aposentos e uma despensa guarnecida, para os três viverem por algum tempo
A Barbara só saiu de lá quando viu, pelo óculo, bem disfarçado, os militares portugueses, que a incentivaram a abrir o estabelecimento, fazendo com que a vila voltasse a alguma normalidade
O comandante da companhia, vendo o estado dela, destacou uma secção, para a ajudar e proteger, para ver se ganhava confiança
Um militar apaixonou-se por ela, e ela por ele. Começaram a namorar, ele era o seu confidente e psicólogo, fazendo com que ela voltasse a viver
Foram poucos meses, uma vez que a companhia teve de ir para outra localidade, que ainda, estava ocupada, pelos guerrilheiros da UPA
Mais um grande choque para a Barbara, que continuava muito perturbada, pela morte dos pais. Mas conseguiu seguir com os seus planos de recuperar o negócio
Dois meses depois soube que estava grávida, mas nem sequer sabia o SPM (Serviço Postal Militar) da companhia do pai da criança, como é que o poderia informar de que era pai!
Seria que ele gostaria de saber que era pai, ou pelo contrário, negaria que aquele bebé, que estava para nascer, fosse seu!
Carlos estava a cumprir o serviço militar obrigatório, faltavam-lhe seis meses, para passar à disponibilidade.
Namorava com a Miquelina, que era criada de servir, em Lisboa. Tencionavam casar-se, assim que ele saísse da tropa, e saírem do país
Primeiro iria ele, a seguir iria ela. Mas, as suas vidas mudaram de um dia para o outro. Ao começar a guerrilha em Angola, em vez de passar à disponibilidade, foi mobilizado, para ir para Angola
Com os sonhos desfeitos, os últimos dias, antes do embarque, foram de nervosismos e ansiedade, não se conformando com o que lhes aconteceu
Naqueles tempos, as raparigas, que não chegassem ao casamento virgens, eram severamente criticadas
Sem métodos anticoncecionais ao seu dispor, faziam os possíveis para não permitirem relações sexuais antes desse dia
A Miquelina resistiu quanto pôde, mas no último dia antes do embarque, o Carlos conseguiu convencê-la a terem relações sexuais antes de ele embarcar
Em menos de uma semana, a guerra separou-os, matando a felicidade, que há anos vinham construindo. As guerras, a uns matam os corpos, a outros os sonhos .
Continua
Vidas!
Continuação (19)
O anterior regime tentou esconder as tragédias, que aconteceram, principalmente nos anos sessenta do século XX. Uma grande tragédia foi o desabamento de uma das Coberturas da Gare da Estação Ferroviária do Cais do Sodré, na linha férrea de Cascais, que aconteceu a 28 de Maio de 1963, no dia do trigésimo sétimo aniversário do golpe de Estado de 1926, que deu origem ao regime do Estado Novo. O Governo negou ter sido um atentado, tendo retirado, ao construtor, o alvará de obras Públicas, por defeito na construção, fazendo com que a firma tenha falido cinco dias depois. Mas, ficou a dúvida, se não teria sido um atentado. Decorria o funeral do Escritor Aquilino Ribeiro. Esta tragédia causou 49 mortos e 61 feridos
No ano letivo seguinte, o José continuou a estudar na Escola Académica. Voltou a inscrever-se, para fazer exame como aluno externo, no mesmo Liceu, mas foi transferido para o Liceu Camões, que era considerado um dos mais exigentes. Ficou aprovado, já podia ir para o curso de Sargentos Milicianos
Assim que soube do resultado, mal saiu do Liceu, entrou na cabine telefónica, existente na via pública, para dar a novidade à namorada. Já tinham o casamento marcado para Setembro, autorizado pelos respetivos pais, por só terem vinte anos
Alugaram um quarto na Rua da Imprensa à Estrela, situada por detrás do Palácio de São Bento, por uma renda de quatrocentos escudos mensais, por mobiliar. O patrão, do José, ofereceu-lhe a cama e as mesas-de-cabeceira. Compraram uma pequena mesa retangular, com uma gaveta para os talheres e espaço para guardar os pratos e os tachos, e dois bancos, um rádio e a máquina de escrever completavam a mobília
Naquela casa já viviam a dona da casa, com uma filha e um filho, maiores de idade, e outro casal com um bebé. Por cima, no primeiro andar, vivia o saudoso maestro José Atalaya, que nos deixou recentemente. Todas as noites adormeciam ao som dos seus ensaios
Voltou a matricular-se na Escola Académica, para fazer o segundo ciclo liceal. Teve a sorte de ter três professores excecionais: o de português, um camoniano, que andava a elaborar um dicionário de “ Os Lusíadas”, O professor de ciências, que tinha o programa gravado na memória, obrigando-os a escreverem o que ele ditava, a grande velocidade, alegando que, como não tinham tempo para estudar, aquela era a melhor maneira de aprenderem qualquer coisa. Mas, havia uns indisciplinados, que o interrompiam, para fazerem perguntas, que poderiam ficar para o fim da aula, obrigando-o a ter de rebobinar ate chegar ao que estava a ditar. Depois do 25 de Abril, foi à televisão explicar como se distinguia o bacalhau do pixilim. O de matemática, que conseguia fazer com que as enormes expressões algébricas deixassem de ser um bicho-de-sete cabeças. Defendia a utilização da Televisão, para reduzir a enorme taxa de analfabetos. Aquando da apresentação disse que estava disponível, aos sábados à tarde e nas manhãs de domingo, para tirar todas as dúvidas, aos que quisessem e pudessem aproveitar
Nesse ano não fez nenhuma disciplina. Mas, ficou o fermento para quando saísse da tropa, para onde foi, pouco depois do ano escolar acabar. A mulher voltou para a casa dos pais. Aos vinte sete meses de casados nasceu a primeira filha
O ter conseguido subir um degrau no ascensor social, fez com que conseguisse cumprir o Serviço Militar, na classe de Sargento, que para além do estatuto, contribui-o para que, a parte do vencimento que podia ser recebida na Metrópole, cerca de 90 mil escudos durante a comissão, desse para remodelar a velhinha casa, que o sogro tinha feito, sem casa de banho, sem água canalizada, nem eletricidade. Havia, apenas, uma torneira no quintal. Mas, mesmo assim, o dinheiro não deu para ligar a eletricidade do poste exterior para dentro de casa: 7.500 escudos, pagos com os últimos ordenados da tropa. A esposa teve de fazer de servente, muito tendo trabalhado, para ter uma casa com comodidades e dar ao marido, ainda mais alegria à sua chegada. Quando lhe perguntou do que é que ele tinha gostado mais, a resposta foi: “a casa de banho”
Aqueles que nascem, onde já há todas as condições, não sabem dar valor ao que é subir a vida a pulso.
Ainda há pessoas que se questionam se vale a pena estudar! Sem dúvida, que vale a pena estudar, mesmo que não contribua para uma melhoria material, o ganho pessoal, não há dinheiro que o pague. Assim, devemos investir tudo o que podermos na educação dos filhos ou netos, porque é um investimento que não podem vender nem hipotecar, só o podem usar
Quando regressou da guerra, o José continuou a estudar. A mulher atou-o ao mar, e ele não se quer libertar. Ainda trabalhou, perto de casa, ano e meio, mas arranjou trabalho em Lisboa, a ganhar quase o dobro, o que fez com que se tenha sacrificado a perder quatro horas, por dia, em transportes, por mais quase trinta anos
Viver nove anos em Lisboa, foi um grande privilégio, porque tinha tudo à mão: cinemas, teatros, museus, jardins ……………
Quem estiver interessado em saber mais, sobre a vida militar dele, pode fazê-lo em: https://socieadeperfeita.blogs.sapo.pt - Mazelas
José Silva Costa
11/11/2021
11 de Março de 1975
Mais um dia negro da nossa História
Infelizmente, a nossa História não tem só dias radiosos
Um dia em que uma parte do País foi preso ou teve de fugir
A velha história de sempre: pobres contra ricos, ricos contra pobres
É da condição humana, só pensamos em acumular riqueza
Não vemos que a fome causa muita tristeza
Passados 46 anos estamos de novo, desta vez, todos ”presos”
Devido a um inimigo invisível
Outra vez o problema entre ricos e pobres
Cabe ao Governo distribuir a riqueza produzida
Não vamos deixar morrer, à fome, quem tudo perdeu?
Esta é uma crise diferente
Esperam-se medidas diferentes, para a enfrentar
Cabe a todos colaborar
Aqueles que nada perderam, não podem assobiar para o ar
Pessoas e países ricos, não podem continuar a explorar os pobres
Temos de compreender que todos somos de carne e osso
Todos temos as mesmas necessidades básicas
Por isso, não se compreende que uns tenham rendimentos 100,500,1.000 vezes mais
Não queremos igualdades, porque somos diferentes
Mas queremos que todos tenham o mínimo, para uma vida digna
Está nas nossas mãos mudar, o Mundo, para melhor
Ver o outro como irmão.
José Silva Costa
O perfume da vida
Os olhos são flores, onde acariciamos o amor
Nos nossos olhares navegam todos os mares
São eles que amortecem as tempestades
Não envelhecem, são jovens em todas as idades!
Os peitos são jeitos de embalar
Os lábios são o mar, onde gosto de navegar
Os cabelos são fios de ouro, onde os meus dedos se gostam de aninhar
Todo o teu corpo é um sonho, onde perco o olhar
Com os nossos beijos queimamos os sentidos
As tuas palavras são melodias, para os meus ouvidos
No respirar dos sonhos, deitamos o futuro
Juntos, escalámos todos os muros
Nos longos anos duros
Que a idade nos premiou, com descanso
Com o perfume de rosas e cravos
Com os olhos rasos de alegria
Regamos os nossos perfumados canteiros
Que felicidade!
Ver nos últimos anos da idade
Continuarem a crescer os frutos das sementes
Que plantámos na mocidade.
José Silva Costa
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