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O concurso

por cheia, em 22.01.21

Que Vergonha!

Caminhamos por um céu deserto

À espera do caminho certo

Ninguém quer ninguém por perto

Todos dizem que fizeram o correto

O peso dos números

Esmagou os das teorias da conspiração

As variantes estão a causar acidentes em contramão

Para o Reino Unido proibiram a aviação

Entre os 27, as fronteiras abertas, continuarão

Ninguém quer mais desunião

O que se pretende é que seja rápida a vacinação

Não há mais nada para oferecer nesta ocasião

A famosa bazuca ainda não está à mão

A presidência portuguesa tenta cavar um alçapão

Para esconder a vergonhosa nomeação

Mas lá fora já sabem que cá dentro há muita corrupção

Todos perguntam por que razão não há responsabilização

Acho que é um defeito da Nação

Assumir as responsabilidades é à palmatória dar a mão

Não ficava bem nesta ocasião

Estamos ao comando da Europa, não podemos admitir a mais pequena suspeição

Temos de nos bater, com unhas e dentes, até os outros entenderem que nós é que temos razão

Tudo limpinho, sem qualquer truque de magia ou ocultação

Uma nação com tanta imaginação

Já mais poderia admitir que duvidassem da sua reputação

Assunto arrumado, para um Governo bem descarado.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 08:00

Postigo fechado

por cheia, em 20.01.21

Mal dita pandemia

Quem diria

Que tanta gente mataria

Tanta gente desesperada

Tanta casa fechada

No jardim, no banco, não nos podemos sentar

Nem beber café ao postigo

Temos de estar em casa fechados

Podemos ir à varanda

Espreitar a vizinha

Ver se está acompanhada

A rua está sozinha

Nem homem das castanhas

Nem o artista de rua

Nem o arrumador de automóveis

Ela está completamente nua

Até as aves estão a penar

Não há um resto de bolo

Nem pão, nem miolo

Está tudo tão limpo

Tão desinfetado

Mas ninguém tem cuidado

Andam sem máscaras

Em multidão

Para poderem sair à rua

Alugam um cão

Gabam-se de a todos enganar

Menos o vírus

Que sem esperarem

Os faz pararem

Depois, queixam-se da má sorte

Nunca dizem que é a cabeça que não tem norte

Não acreditam na ciência

Só em milagres!

José Silva Costa

 

 

 

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publicado às 08:00

Calor

por cheia, em 18.01.21

Sol

 

Sol, gosto de te ver!

As curvas da Terra aquecer

É digno de ver

O passarinho beijar o malmequer

O teu calor

O gelo derreter

A manhã a crescer

À medida que te distancias da linha do horizonte

Que amor, que fonte de calor!

Que a todos fazes sorrir

Por quentinhos se sentir

Que pena sumires!

Há noite, quando vamos dormir

Sou um privilegiado

Quando durmo a sexta

Tu beijas-me na testa

É tão bom!

Os teus beijos saborear

Contigo namorar

Beijar-te e abraçar-te

Sem receios, sem medos

Que o vírus nos incomode

Fico triste quando te despedes

Acordo cedo para te ver nascer

Para voltarmos ao nosso romance

Que, espero, seja duradouro.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

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publicado às 08:27

Fechado

por cheia, em 14.01.21

O sonho fechado

 

No frio da rua, fixas o olhar

Rua deserta, onde ninguém anda a caminhar

As aves tomaram conta dos espaços

Ensaiam novas coreografias

Livres, disputam o pouco alimento

Neste inverno cinzento

Assustadas por não verem movimento

O frio entra-nos pelos ossos adentro

Preparamos  mais um confinamento

O vírus e o frio voltam a fechar o hemisfério norte

Para todos, boa sorte!

Vamos dispor de mais tempo

Que deve ser bem aproveitado

Nem que seja para um novo cozinhado

Temos de manter um treino aturado

Para mantermos a saúde em bom estado

Para que quando o sonho for libertado

O podermos beijar em qualquer lado

Não adianta mal dizer do fado!

O melhor é encara-lo com agrado

Aceita-lo, é meio caminho andado.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 07:23

O sonho

por cheia, em 11.01.21

O futuro!

Depois de ultrapassarmos esta cruz

Temos de descobrir uma nova luz

Não devemos esperar pelo regresso ao passado

Porque ele já estava esgotado

Aproveitemos estes tempos de viragem

Para começarmos uma nova viagem

Com outra carruagem

Onde todos caibam

Sem as desigualdades, que a todos nos deviam envergonhar

Não é mais possível com este sistema caminhar

As novas tecnologias continuam por aproveitar

A inteligência artificial veio para ficar

E, pode muito bem nos ajudar

No grande salto com que estamos a sonhar

Carros partilhados em vez de comprados

Mais produção, com menos horas de trabalho

Tempo para ver o filho, acordado

O fim do trabalho não renumerado

A vida não se compra nem se vende no mercado

É para ser vivida com o entusiasmo desejado

A utopia faz parte deste apanhado

Sem ela não teríamos, ao espaço, chegado

Chegou a hora de beneficiarmos do progresso amealhado

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 07:59

Ai o Natal

por cheia, em 07.01.21

Fiquem em casa

Aproxima-se o Natal

Um Natal em casa fechado

Por todo o Mundo, o confinamento é recomendado

Na Europa fecham-se fronteiras, proíbem-se voos

As infeções aumentam por todo o lado

Os mortos não param de aumentar

Os Governantes estão alarmados

Não sabem o que fazer

Com receio de perderem votos

Não proibiram as deslocações

Pedem às famílias para não se reunirem

Para abrirem portas e janelas, mesmo que esteja um frio de rachar

Para só tirarem as máscaras, para comerem

Para ficarem pouco tempo à mesa

Ao que isto chega!

Para manterem as distâncias

Enviam mensagens para os telemóveis

Rezam para que tudo corra bem

Na passagem de ano, puxão o travão de mão

Só espero que não seja tudo em vão

Acatem as recomendações

 Feliz Natal, para todos!

 

José Silva Costa

 

 

 

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publicado às 07:59

Amor

por cheia, em 05.01.21

Amor

 

Meu amor

Nos teus braços

Sinto-me uma flor

O nosso amor

É perfume

A unir-nos

Na nossa vontade

De continuarmos

A colher as flores

Perfumadas

Do presente, futuro e passado

Sempre

Lado a lado

Ultrapassando obstáculos

Festejando vitórias

Com beijos e abraços.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 07:59

Fado

por cheia, em 02.01.21

Carlos do Carmo deixou-nos

 

O País está de luto

Lisboa ficou viúva

Perdeu o seu cantor

É tão grande a sua dor!

Ela era a sua flor

Aquele que mais a cantou

Que a todos encantou

Cada esquina o escutou

Lisboa, com ele, dançou!

Ruas e vielas, com ele, ficaram mais belas

Hoje, ninguém saiu à rua!

A cidade ficou nua

Lavada em lágrimas, chorou em casa

Não se conforma com a perda da sua voz

Nos jardins, todas as rosas choram lágrimas perfumadas

Nos seus perfumes, as suas canções, ficarão eternizadas

Nas ruas, praças, colinas e elevadores serão lembradas

Por todos continuarão a ser cantadas

Pelas gaivotas, para o mundo, serão levadas

Para sempre, ficarão gravadas, nas calçadas!

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 08:04

Ficou a nossa Língua!

por cheia, em 01.01.21

As Mazelas da Guerra

Continuação

Fatores

O derrube da ditadura deveu-se a vários fatores, um deles, segundo o jornal britânico The Guardian, foi o do Professor Veiga Simão, Ministro da Educação de Marcelo Caetano, ter conseguido fazer passar, no Conselho de Ministro, a lei que permitiu que se fizesse o 2º Ciclo Liceal ( 3º, 4º e 5º anos) por disciplinas em vez da Secção de Letras ou Ciências, para maiores de 18 anos, como alunos externos

Naquele tempo havia muitas escolas particulares, por toda a Lisboa

Na Escola Académica, só para o sexo masculino, no Largo Conde de Barão, em Lisboa, onde tive três professores extraordinários: de Português, Matemática e Ciências

O de Ciências tinha o programa memorizado, e dizia-nos: “ como não têm tempo para estudar, dito-vos o programa”

Obrigava-nos a escrever com uma tal rapidez, que nunca mais consegui escrever como deve ser

Ainda hoje, tomo notas, e quando vou passar para o computador, deparo-me com palavras que não consigo decifrar

A seguir ao 25 de Abril de 1974, vi-o, na televisão, a explicar como se podia distinguir o bacalhau do pixilim, uma vez que os comerciantes estavam a enganar muita gente

O de Matemática, um juiz do Tribunal Militar, reformado, aquando da apresentação disse-nos: “ quem estiver disponível sábado à tarde e domingo de manhã, e queira tirar dúvidas, estarei aqui, para demonstrar que a matemática não é um bicho-de-sete-cabeças.” 

O de Português, um Camoniano, vendia apontamentos de interpretação de Os Lusíadas

Andava a elaborar um dicionário de Os Lusíadas. Os primeiros segundos das aulas eram para dizer que enquanto os outros andavam a ler A Bola, ele andava a decifrar os Lusíadas

Como a aula dele era das 23 às 24 horas, quando entrava na sala de aula, já estávamos a dormir, para nos acordar recitava:” Estavas, linda Inês, posta em sossego/ De teus anos colhendo doce fruito ……..”

Quando cheguei de África, vi numa montra de uma livraria, o seu livro em destaque: Os Lusíadas, com dicionário de Manuel dos Santos Alves, entrei e comprei-o 

 Com a nova lei do Professor Veiga Simão, todos os que não tinham tido oportunidade de continuar os estudos, podiam fazer o 2º Ciclo Liceal (3º,4º e 5º anos) por disciplinas, muito mais fácil que ter de fazer todas as disciplinas de Ciências Letras ao mesmo tempo. O que fez com que muitos tivessem acesso ao curso de Sargentos e Oficiais Milicianos, contribuindo para engrossar os que defendiam a independência das Colónias

Ao contrário dos que vinham da Academia, que estavam mais ligados aos grandes grupos económicos cujos negócios dependiam muito dos territórios ultramarinos

A descolonização provocou a vinda de cerca de um milhão de portugueses, que viviam nas colónias, para Portugal, a quem erradamente chamaram retornados, uma vez que alguns nunca tinham estado em Portugal

Alguns vieram, apenas, com a roupa que tinham no corpo. A integração não foi fácil!

Como se pode imaginar, foram tempos muito difíceis, para quem, de um momento para o outro, se viu sem nada

Foi precisa uma ponte aérea gigantesca para os trazer para Portugal

Os Funcionários Públicos e os Bancários foram integrados. Os outros tiveram de se desenrascar

Para um país pequeno e pobre, acho que não correu muito mal   

Ultimamente, tem aparecido, principalmente, nas redes sociais, quem queira comparar ao 25 de Abril de 1974 ao 25 de Novembro de 1975

Não há comparação possível, o 25 de Abril entregou o poder ao povo, acabou com uma ditadura, um império de cinco séculos e uma guerra sem fim à vista. Deu origem a seis novos países e serviu de inspiração para a libertação de outros povos

O 25 de Novembro foi muito importante na consolidação da democracia. O 11 de Março de 1975 deu uma grande guinada à esquerda, tendo sido tudo nacionalizado, era inevitável voltar a colocar a revolução no rumo certo.

Quem ler estes relatos não deve deduzir que todos tiveram uma guerra como a nossa. A guerra não foi igual em todas as colónias, nem em todos os sítios. Infelizmente, em muitos locais, não podiam sair dos abrigos subterrâneos, porque choviam balas e granadas de morteiro, noutros foram as emboscadas, as minas, lutas corpo a corpo: Muitos horrores!  

Fim

José Silva Costa

 

 

   

 

  

 

.      

 

 

 

 

 

  

 

 

      

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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