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A Pragem

por cheia, em 30.03.20

A paragem

O Mundo parou, para pensar

Há qualquer coisa de muito estranho, no ar

Este ano veio-nos acordar

Do nosso individualismo sonolento

Da nossa ambição desmesurada

De tanta coisa, ao longo dos anos, acumulada

De um frenesim de vida enviesada

Quisemos ir além da estrada

Montámos uma pirâmide desequilibrada

De cima comandada

Por quem só sabe duas palavras: mais lucro

É bom que admitam, que este modelo acabou

Foi um sonho, que não resultou

Foi a nossa inconsciência e arrogância, que o matou

Vamos, certamente, aprender a lição

Vamos tentar reparar a avaria

Mas não pensem voltar a uma harmonia, que não existia

Temos, com humildade, de compreender

Que fazemos parte de um todo

O Cosmos!

Que não o podemos sacrificar em nosso proveito

Fomos longe demais

Quando a paralisação acabar

Vamos recomeçar, mas de um outro patamar

Pondo em prática, o muito, que esta paralisação nos veio ensinar

Aproveitando a informática, para outros voos dar

Para não mais, os recursos desperdiçar.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 09:00

O futuro

por cheia, em 24.03.20

24/03/20

O duro futuro

 

Antes, não tínhamos tempo para nada

Agora, só temos tempo, não temos mais nada

Não nos podemos beijar, abraçar, reunir

Melhores tempos estão para vir

Devemos ficar em casa

Só assim podemos ajudar

A que esta onda negra possa passar

Vemos os amigos, os filhos e os netos, pelo whatsApp

Cantamos-lhes os parabéns

Beijamo-nos e abraçamo-nos

Mas, não sentimos calor nem cheiro

Estamos parados, no nosso canteiro

Não queremos parceiro

Queremos afastamento, por inteiro

Nunca o Mundo esteve tão parado

Nunca, como hoje, o afastamento foi apreciado

Temos de ter todo o cuidado

Para que em breve

Possamos voltar a viver, como no passado

Mas, preparemo-nos!

Porque o futuro vai ser duro.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 08:57

Voz

por cheia, em 21.03.20

Miguel Torga

 

Coimbra,6 de Abril de 1943

 

 

                                            VOZ

 

Era o céu que sorria nos seus olhos.

Eram junquilhos trémulos aos olhos,

As flores do rosto que eu beijava.

Fresca e gratuita como um hino à lua,

Nua,

Era um mundo de paz que se entregava.

 

Oh! Perfume da Vida!  -  gritei eu.

Oh! Seara de trigo por abrir,

Quem te fez todo o pão da minha fome?

 

Mas os seus braços, longos e contentes,

Só responderam, quentes:

   -  Come

 

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publicado às 20:36

Primavera

por cheia, em 20.03.20

Primavera, 20/03/20

Chegou a Primavera

Ficou em casa

Sem campos floridos, nem perfumes

Mas, solidária!

Trouxe-nos água

Para podermos continuar a lavar as mãos

A lembrar-nos que os tempos mudaram

Que estamos todos no mesmo barco

Que nunca estivemos tão ligados

E, o que nos liga não escolhe entre ricos e pobres

Que não se justifica, uns terem tudo e os outros só fome

Que chegou a hora de respeitar a Natureza

Não a destruindo com a força rude da ganancia

Numa exploração desenfreada, matando tudo, não deixando nada

Numa ambição desmesurada, que nunca está saciada

Aproveitamos este interregno, para mudar de rumo

Construir um novo futuro

Aproveitando os novos recursos

Para aprender e trabalhar

A partir de outros locais

Onde a presença não seja vital

Para os transportes não sobrecarregar

Um novo estilo de vida temos de inventar.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 19:57

Sexta-feira, 13

por cheia, em 13.03.20

Sexta-feira,13 de março de 2020

 

Para tudo! Estamos em alerta

Nunca o Mundo tinha assistido a uma coisa assim

Infelizmente, uma grande lição, para os que, sem saberem nada do novo vírus

Se apressaram a dizer que este vírus era menos letal que o vírus da gripe

O Mundo está fechado!

Ninguém quer nada com o vizinho do lado

Está tudo virado do avesso

Tanto que gostamos de receber e fazer visitas

Agora, ninguém é bem-vindo

Está tudo assustado

Cada um no seu canto, resguardado

Nem me deixam ir ao supermercado

Os filhos encarregaram-se do recado

Porque o vírus gosta muito dos idosos

Têm mais portas de entrada, para o hóspede indesejado

Assim, temos de ter o máximo cuidado

Não correr para as grandes superfícies

A colecionar rolos de papel higiénico

Para que não falte nada ao novo vírus

Porque o que ele prefere é papel higiénico

E, isso não nos vai salvar

Portando, não devemos de continuar

A lutar por um rolo de papel

É melhor ficarmos em casa a descansar

Amanhã, os supermercados vão, outra vez, atestar as prateleiras.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 23:00

Flores

por cheia, em 08.03.20

Mulher

 

Mulher! Enigma difícil de ler

Deusa do meu saber

O teu ventre me fez nascer

Magia do teu poder

Como te agradecer!

Tu és fogo, terra, água

Sol a amanhecer

Rio a correr

Colo de saber

A amamentar a vida

Perfume que me inebria os sentidos

Lume que me queima as entranhas

Companheira

Flor dos nossos frutos

Porto de abrigo

Onde ancoramos o tempo

Tu és o brilho do sol

Suave e doce

Como a Primavera em flor

Para todas as mulheres

Todas as rosas.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

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publicado às 16:27

As guerras

por cheia, em 04.03.20

Terra Materna

No amanhecer de um dia

Quando sol ainda dormia

Tanta gente morria

Por tanta tirania

Que a ambição incendeia

A guerra é a face feia

Que nos rouba o Sol

Que nos rouba a vida

Que nos faz migrar

Quem pode não gritar!

Quando, aos filhos, não sabemos explicar

Por que razão a nossa terra temos de abandonar

Fugir sem saber para onde

Porque ninguém nos quer

A não ser para moeda de troca

Põem-nos em campos de concentração

À espera da ocasião

De nos atirarem contra outra nação

Que não aceite a reivindicação

Homens, mulheres e crianças são armas de arremesso

Dos senhores que se julgam donos dos Povos

Os ditadores de que muitos gostam!

Porque lhes prometem tudo, sem faltar o orgulho

Como se isso fosse possível!

Foi e será, sempre, assim que os ditadores conquistam o voto

Para difundirem o ódio e lhes estimular o orgulho

E, de seguida implantam uma ditadura.

 

 

José Silva Costa

 

 

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publicado às 18:31


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