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A viúva negra
A viúva negra, como, pelo Bandarra, foi batizada
Está por todo o lado, onde passam os carros
Autoestrada, estrada, e até na rua, cansada
Sempre à espreita de quem, o código, não respeita
Não escolhe entre géneros nem idades!
Mas não gosta de ser desafiada
Aplica uma pena pesada
E, há muito quem goste de a desafiar
Jovens irreverentes, pouco prudentes, irresponsáveis
Mas, também, pessoas de todas as idades
Que gostam de beber, de acelerar, comunicar
Como conduzir não exige atenção e concentração!
Aproveitam para, as mensagens, enviar
Falar ao telefone e ver o facebook
Como a viúva negra é insaciável
Pagam caro o deslumbramento
Com a própria vida, ou ficam com ela, presa por um fio
Como se as estradas não se tivessem transformado em granadas
Os carros não atingissem velocidades escusadas
E, as pessoas não gostassem de sair disparadas.
Hoje, comemora-se o quinquagésimo ano do email
Por favor, nunca envie nem leia emails, enquanto conduz.
José Silva Costa
A quem morreu por sonhar
A vida, pelo sonho
O sonho comanda a vida
Sonham com a liberdade
Respirar em liberdade
Trabalhar em liberdade
Escolher em liberdade
Viver em liberdade
Dormir em liberdade
Estudar em liberdade
Fugir da arbitrariedade
Ter personalidade
Fugir da pena de morte
Fugir da prisão perpétua
Deixar de ser, só, mais um
Poder sonhar voar
Poder decidir
Poder ir à lua
Poder dormir, livremente, na rua
Para tudo isto fazer
Só uma coisa pode acontecer
Fugir!
E, há sempre, alguém que queira ajudar
Que nos proponha, num camião, viajar
A melhor maneira de, num país livre, entrar
Quando não temos autorização, para lá estar
Mas, esqueceram-se de, o frigorífico, desligar
Todos os sonhos ficaram por realizar
Quantos sonhos acabaram por matar!
Mas, os sonhos nunca vão acabar.
José Silva Costa
O ambiente!
Que mundo tão controverso
Uns dizem sim, outros, o avesso
Ninguém se entende neste universo
Estamos, ou não seguros debaixo deste teto!
Uns dizem que sim, outros dizem que não
Não gosto de ouvir, nem ver, as pessoas dizerem
Que têm de ficar em casa, porque o ar está irrespirável
Por isso, fico muito confuso
Quando aparecem os sábios que sabem tudo
Que isto de preocupação com o ambiente
É coisa de miúdos e de pouca gente
Para eles, é uma moda, somente
Mas, eu que trabalhei numa avenida, onde tinha dificuldade em respirar
Acredito que têm de tirar os carros das grandes cidades
Para bem da saúde de toda a gente
É tão bom levar o popó, para dentro do emprego
Mas muito melhor é fazer um pouco de exercício
Mesmo que os sábios tenham razão
Quando dizem que o fumo perfuma os pulmões
É sempre bom aquecer os ossos, para que não enferrujem
Mesmo que seja só para reduzir o desperdício!
Já valeu a pena, lutar por um ambiente melhor.
José Silva Costa
As duas mil e uma Nações!
Neste outono seco
Animais e plantas, sedentos
Só sopram maus ventos
As guerras e os seus movimentos
Consomem todos os momentos
Toldam o brilho dos pensamentos
Morrem sem alimentos
As balas furam os monumentos
Os muros correm lentos
As crianças espantam os bombardeamentos
Os ditadores discursam nos Parlamentos
Exaltam os patriotismos bafientos
Os omófagos aplaudem os seus sentimentos
Quem é que compreende estes tentos!
O hospital foi o alvo do bombardeamento
Ninguém ficou lá dentro!
Os egoísmos dos unilateralismos, dos independentismos
Basta um louco para incendiar um povo
É pena que não adiram, com a mesma emoção, às bandeiras da igualdade, fraternidade, solidariedade
Cada quintal com a sua bandeira e a sua fanfarra
Quem é que não quer ser Presidente, seja do que for!
Não fomentem mais guerras
E, se se abraçassem, sem olhar a cores, seja onde for!
José Silva Costa
O dia seguinte
A geringonça acabou. A experiência, nesta legislatura, não vai continuar
Desta vez, o entendimento é mais difícil
O inimigo comum, saiu derrotado
Portanto, não é preciso empenhamento para o, da governação, afastar
Os pequenos partidos, não se querem à governação, amarrar
Sobra o Bloco de Esquerda que se conseguiu aguentar
A coligação CDU está a agonizar
Não é por ter estado, à governação, amarrada!
Já vinha de trás e vai continuar
O BE, o seu lugar, está a ocupar
E, os outros, pequenos partidos, estão a ajudar
Vamos ver, se Costa e Catarina vão casar
Parece que o dote, vai fazer com que não se consigam ajustar
Como não há inimigo comum, faz com que a união esteja em perigo
Não há cimento que cole a divisão
Provocada, pela última votação
Na outra legislatura houve papel assinado
Desta vez, está tudo, muito mais, extremado
É bom não haver maioria absoluta
Para não cairmos no quero, posso e mando
Mas, também seria bom haver uma solução governativa
Senão, pode acontecer, como noutros países
Que não conseguem formar governos estáveis
Em democracia não há certezas eternas nem absolutas
Porque não é meia dúzia de iluminados que decidem
Mas uma nação inteira!
Boa legislatura!
José Silva Costa
As cores do outono
Não percas as cores do outono
São suaves, chamam o sono
São lindas, as cores do outono
Não te percas no sono
Aproveita para veres as cores do outono
Não espantes o sono
Admira as cores do outono
Não sejas mono
Acorda, chegou o outono!
A semente germina no outono
Quando a terra acorda do sono
Para grande alegria do dono
Que não quer que a seara lhe tire o sono
Que quer que seja um bom outono
Para que a colheita seja um bom abono
Que lhe permita ter bom sono
A fome tem ruim dono
A abastança permite bom sono
Agarra as cores do outono
Deita-te nelas, e tem um bom sono!
José Silva Costa
As Mães!
Tanta gente preocupada com a falta de nascimentos!
Mas, ninguém preocupado com a falta de creches!
Hoje, ao contrário do que aconteceu noutros séculos
Quase todas as mulheres para além de trabalharem em casa, tem necessidade de ter um, ou mais empregos
E, ainda, por cima, algumas ficam, sozinhas, com os filhos nos braços
Porque são quase sempre elas que ficam com a guarda dor filhos, quando o casal se desentende
Não tendo nenhum familiar a quem os deixar, uma ama ou creche, têm de procurar
Como o Estado não assegura creches, para todos, ao privado têm de recorrer
Na Amadora, às portas de Lisboa, mais uma creche, ilegal, foi fechada
As mães disseram que sabiam que a creche era ilegal, mas não têm alternativa
A creche funcionava das 5 às 23 horas!
Há senhoras que começam a trabalhar muito cedo, principalmente nas limpezas!
Uma das mães disse que tinha de ter dois empregos, para poder sobreviver!
Este é o drama de um país pobre, que sonha ser rico
Que desbarata o dinheiro em coisas inúteis
Não tendo como prioridade as infraestruturas
Ainda temos dois dias, para questionar os partidos, que querem os nossos votos, para sabermos o que pensam sobre estes problemas, que tanto preocupam os pais!
José Silva Costa
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