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Um raio de Sol
Na ponta da vida
Na penumbra da tarde
Há um raio de sol
A iluminar os nossos beijos
Há um ar fino a massajar-nos os lábios
Como que a arrefecer os nossos desejos
Estávamos imobilizados
Com os olhos postos no mar
Embriagados com as ondas e o seu baloiçar
Num vai e vem
Adormecemos acordados
O sol foi e a lua veio
O mar adormeceu
E, nós continuámos presos
Como se o mundo tivesse acabado
E nada mais nos restasse
Que ficar presos, para sempre, aos nossos beijos.
José Silva Costa
Simplex
Passar as férias nas filas dos Serviços Públicos!
Dormir às portas das Conservatórias do Registo Civil, do IMT, do SEF
Ter de pedir emprestados 500€, para ir, à Ilha da Madeira, tratar do atestado de residência, para não cair na ilegalidade
Não poder visitar a mãe, que estava doente
No mês de agosto devia estar tudo fechado!
Mas os bebés continuam a querer nascer aos fins-de-semana e no feriado
Mas o Serviço Nacional de Saúde funciona alternado
Num fim-de-semana não se pode nascer em Portimão
No outro em Faro, no seguinte, em Beja, fica fechado
Vivemos num país muito avançado
Onde os bebés, para nascerem, já deviam saber esperar pela sua vez
Porque é isso que os espera, durante a vida
Neste verão, como o tempo não está bom, para ir para a praia
As pessoas têm, para responder à burocracia, aproveitado
Dormindo às portas dos Serviços públicos, com o simplex, ao lado
Está tudo muito revoltado
Mas, os ministros dizem que está tudo dentro da normalidade
As pessoas é que insistem em aproveitar as férias para fazerem o que não devem
Se o país está parado!
Parem de ir aos Hospitais, Conservatórias, SEF, IMT
Não dá para irem para as praias!
Vão para os Centros Comerciais consumir, para não cairmos, de novo, na receção
José Silva Costa
Chão de Areia
O litoral Sintrense, “onde a terra se acaba e o mar começa”
Chão de areia, do Farol da Roca a Magoito, beijado pelo mar
Amigo de quem o semear
Vinhedos, hortícolas, pomares, pinhais
Mas, morangos não há iguais
É nele que o ramisco se serpenteia
E quem não conhece?
As belas praias e a suave, areia.
A maçã raineta de Fontanelas
De todas a mais bela
Azenhas do Mar, onde os nossos olhos podem contemplar o mar
A sua Escola Primária, quase centenária
Inspirada na doutrina republicana
Cuja fachada está forrada a azulejos, encimados pelos das palavras: Escola Pública
Praia das Maçãs, onde pintores, poetas, músicos e políticos trocaram impressões
Almoçageme, com a Praia da Adraga, que já foi considerada uma das mais belas!
José Silva Costa
Verão cinzento
Há nuvens negras, neste agosto cinzento
Há quem tenha de trabalhar
Todos os dias, de sol a sol, para angariar o sustento
Há quem viva à conta do Orçamento
Que busque, lá fora, o que não tem cá dentro:
Espetadores, porque as praias têm estado entregues ao tempo
Que tenha forçado um evento
Para uma exibição contra o momento
Que exemplo!
A política deveria ser um exercício exemplar
Mas, tornou-se num espetáculo nojento
Muito pouco compatível com este tempo
Em que, muitos povos, correm de um lado para o outro
À procura de segurança, pão, casa, paz
À procura de um coração que os abrace
À procura de um sítio onde nasça a esperança.
José Silva Costa
Ajuste direto
A Proteção Civil, desde a sua criação, ainda não acertou o passo
A incompetência tem tido muito espaço
Falsas declarações de habilitações
Provocaram algumas demissões
Compra, quase tudo, por ajuste direto, com a justificação de urgência imperativa, mesmo quando se trata da compra de esferográficas!
Devem ser esferográficas especiais
Para escrever textos geniais
Para espantar pardais
A lei obriga a abertura de concurso público, mas devido à urgência imperativa, compram tudo por ajuste direto
Por que razão não acabam com o ajuste direto?
Porque as negociatas têm urgência imperativa
Tanta, que obrigou à criação de uma lei exemplar!
Agora, muito famosa: a lei das incompatibilidades de 1995
Que em 24 anos nunca foi levada à letra
Foi uma lei para inglês ver
Para mostrar que, em Portugal, temos boas leis para prevenir a corrupção!
Mas, como a lei nunca foi aplicada
Chegámos a esta triste situação
O Governo a pedir à Procuradoria
Se a lei é para levar a sério, ou não!
José Silva Costa
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