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Últimos, segundos
Vamos lá queimar os últimos segundos
Gastar os euros supérfluos
Que aos serviços públicos conseguiram cativar
E, que se ficarem para o ano, se podem estragar
Que fogo tão bonito para nos fazer vibrar!
Lágrimas a caírem do céu, e o seu rebentar
E nós todos a cantar
Na maior bebedeira coletiva
O álcool é que purifica
Estamos no novo ano, tão felizes e contentes
Queimámos todos os excedentes
Nunca mais nos esqueceremos do Terreiro do Paço
Nem de todos os outros espaços
Onde confraternizámos e festejámos
Todos os nossos sucessos
Naqueles felicíssimos momentos nada nos faltou
Fomos todos abastados
Heróis, mas cansados
Vivam as bebedeiras coletivas
Que nos conseguem trazer tantos momentos de felicidade
Que não há queima de euros que não seja bem recebida e aplaudida
Fazendo-nos esquecer todas as dificuldades diárias
Viva 2019!
José Silva Costa
2018
Estás quase a dizeres-nos adeus
Já estás muito cansado
Foram muitos dias
Sem férias, domingos ou feriados
Já vais com 360 dias sem parar
Vinte e quatro horas por dia
Quem é que tanto resistiria!
Não foste bom, nem mau
Foste mais um
Levaste-me amigos
Ao mundo, trouxeste muitos perigos
Podias ter sido melhor!
Ou fomos nós que não te soubemos aproveitar
Continuamos, como sempre, só, em nós, a pensar
Não te quero agastar
Mas não tenho motivos para te admirar
Descansa em paz
Já todos se preparam
Para receberem o teu substituto
Numa euforia sem sentido
Com muito desperdício
Sem pensarem que isso em nada os vai ajudar
Não é queimando milhões de euros em fogo-de-artifício
Que o mundo vai melhorar
Por que razão só aplaudimos a ilusão?
José Silva Costa
Abstenção
Os Partidos não se conseguem regenerar, porque estão rodeados de claques que não os deixam abrirem-se à sociedade
Os dirigentes dos Partidos estão rodeados de um núcleo, que repele todos os que questionem ou critiquem as suas orientações
Levando a que se convençam que a razão está sempre do lada deles, ameaçando quem se lhe oponha, ao ponto de dizerem que quem se mete com eles leva
Foi assim que a abstenção foi crescendo, chegando a mais de cinquenta por cento, porque as pessoas acham que esses senhores não têm competência para os representarem
Os Partidos, em vez de tentarem inverter a situação, continuam a fazer de conta que a abstenção não tem nada a ver com os seus métodos de atuação e asfixia, dos que não se submetem ao seu círculo de bate palmas
Quando algum membro da sua agremiação tem desvios comportamentais, fazem tudo para o encobrir e defender, mesmo que o que fez não seja defensável
O eleitorado vai ficando cada vez mais revoltado, por ver que os Partidos clássicos não têm emenda, que desprezam todas as tentativas de regenerar a sua credibilidade
Até que um dia surge um salvador, as redes digitais ajudam-no a eleger, e os Partidos não sabem como perderam o poder
Não foi isso que aconteceu com o Macron?
O movimento dos coletes amarelos já fala em candidatar-se às eleições Europeias, vamos ver o que vai dar!
Muito me engano, ou os Partidos, que metem a cabeça na areia, têm os dias contados.
José Silva Costa
Faz de conta
Começaram as férias escolares do Natal
Vamos brincar ao faz de conta
Uma brincadeira muito apropriada
Para fazermos com as crianças
Principalmente quando nos obrigam a comer
Aquelas comidas invisíveis, que elas confecionam
Com a ajuda das fadas, em que só vemos o prato, garfo e colher
Mas que fazemos de conta, que nunca comemos melhor comer
Faz de conta que ninguém morre por comer demais ou de menos
Faz de conta que ninguém dorme na rua, porque todos temos direito a um lar
Faz de conta que Natal é todos os dias, e não um dia
Faz de conta que o texto, sobre banqueiros e políticos corruptos, foi publicado
Faz de conta que todas as guerras acabaram, para poder dormir descansado
Faz de conta que as imagens do Iémen, que já vimos em tanto outro lado, são um fantasiado
Faz de conta que o meu blog foi publicitado
Faz de conta que vivemos no mundo das fadas, um mundo onde não há impossíveis e tudo é perfeito, sem refugiados, esfomeados, deserdados
Desejo-vos um feliz Natal, mas não de faz conta, real.
José Silva Costa
Natal
Neste Natal, embrulhe as suas prendas em sorrisos, beijos e abraços
Deixe de lado o plástico, o papel e o cartão
Vamos dar as mãos, por novas soluções
Para preservar o ambiente
Os recursos não duram para sempre!
Não podemos gastar tudo, no presente
Mesmo que a publicidade não pare de nos assediar
Para este e o outro mundo comprar
Como se tivéssemos necessidade
De todos os dias mudar de computador, televisão, telefone e de tudo mais
Que nos preenchem todas as horas
Não nos deixando falar, nem conviver
Passamos o tempo teclando no movimento
Cada qual para seu lado, sem trocarmos uma única palavra
Lá chegará o tempo em que não conseguiremos articular qualquer som
Perderemos a voz, só os dedos comunicarão!
Oratória, imprensa, televisão
Ninguém para a evolução!
Mas, não basta embandeirar em arco
Parar o carro e apagar as luzes uma vez por ano
Todos os dias temos de contribuir para melhorar o ambiente
Para podermos continuar a respirar
Porque em muitos locais já é difícil respirar
Há coisas, que os milhões não conseguem comprar!
José Silva Costa
Cativar
Cativar, uma nova forma de governar
Centeno introduziu, na governação, a cativação
Cativa na educação, na justiça, na saúde .....
Mas nunca cativa os ordenados dos políticos
Este mês a negra prenda coube às famílias mais desfavorecidas
Cuja maior riqueza é terem filhos aplicados nos estudos
Conseguindo boas médias nos estudos
E, por isso, são compensados pelo Estado
Este mês só receberão metade do que têm direito
Para o ano receberão a outra metade
Quem decretou e mandou publicar, que as Escolas só podem, metade, pagar?
No mês em que as famílias, queriam os filhos premiar, pela dedicação e esforço, comprando-lhes uma simples prenda, o Governo cortou-lhes, para metade, a bolsa
Todos dizem que nem no tempo da troica, se viu tamanha vergonha.
José Siva Costa
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