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O tempo
Empurrados pelo tempo
Caminhamos de mãos dadas
Por estradas com portas fechadas
À espera de encontrarmos as nossas almofadas
Para, enfim, descansarmos de tantas esperanças afogadas
De demasiadas promessas, sempre, adiadas e goradas
Cansados, exaustos das caminhadas, à procura das portas anunciadas
Mas, que teimam em continuar, cada vez, mais serradas
Deitemo-nos ao luar, sem leira nem beira, nas nossas almofadas imaginadas
Agarrados ao amor, que nos uniu, nos dias e horas desesperadas
Quando acordarmos subiremos com as nossas asas todas as escadas
Para ficarmos bem juntinhos, lá bem no alto, nos braços das nuvens estreladas.
José Silva Costa
As casas do futuro
Não é só o clima que está a mudar
O constante aumento da temperatura está-nos a afetar
Neste setembro quente, na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa
A receção aos caloiros foi feita em ambiente diferente
Em traje de roupa interior, o que está de acordo com o curso!
Na arquitetura, para além da fachada, o mais importante são os interiores
Na perspetiva de mais ondas de calor e de mais duração
As futuras arquitetas e arquitetos tiraram a roupa, que os estava a afoguear
Despiram-se de preconceitos e de vaidades, confraternizando quase nus
É para o natural que estamos a caminhar
No futuro, as casas serão mais personalizadas
O cliente irá, ao ateliê, mostrar o perfil, para que arquitetas e arquitetos lhes desenhem a habitação
Tudo será à medida do freguês, porque o espaço é, cada vez, mais reduzido
Se não tivessem inventado os trapos
Ainda hoje andaríamos todos nus
Sem que ninguém achasse estranho
Ninguém perderia tempo a observar e a comparar o tamanho
Não vivemos num mundo estranho
Caminhamos no sentido das leis da Natureza
Em que, cada um, procurará apresentar-se como é
Sem disfarces, maquilhagens, próteses invisíveis
Para não nos enganarmos uns aos outros
Vamos poupar muitos recursos, ao planeta, mostrando a nossa natural beleza.
José Silva Costa
Cabecinha pensadora
Num tempo em que todos morrem de amores pelo Interior
Quando todos dizem querer ajudá-lo a sair do inferior
Aparece um autarca a exigir que os passes dos transportes públicos baixem
O que é uma coisa boa!
Mas, pediu esta medida, só, para a sua Câmara e arredores
Custeada pelo Orçamento Geral do Estado
Corroborando a ideia, que se esperava apagada, de que Portugal é Lisboa, o resto é paisagem
Portanto, o Interior pode continuar a contar com o apoio de todos, mas só com beijinhos e abraços
No Interior, em muitas localidades, nem transportes públicos existem, quanto mais passes!
Na capital há escolhas, no Interior, muitas vezes, a única escolha é o carro de aluguer
Por causa das cabecinhas pensadoras é que o Interior está abandonado
E, as grandes cidades estão a rebentar pelas costuras.
José Silva Costa
Cabecinha pensadora
Num tempo em que todos morrem de amores pelo Interior
Quando todos dizem querer ajudá-lo a sair do inferior
Aparece um autarca a exigir que os passes dos transportes públicos baixem
O que é uma coisa boa!
Mas, pediu esta medida, só, para a sua Câmara e arredores
Custeada pelo Orçamento Geral do Estado
Corroborando a ideia, que se esperava apagada, de que Portugal é Lisboa, o resto é paisagem
Portanto, o Interior pode continuar a contar com o apoio de todos, mas só com beijinhos e abraços
No Interior, em muitas localidades, nem transportes públicos existem, quanto mais passes!
Na capital há escolhas, no Interior, muitas vezes, a única escolha é o carro de aluguer
Por causa das cabecinhas pensadoras é que o Interior está abandonado
E, as grandes cidades estão a rebentar pelas costuras.
José Silva Costa
Cabecinha pensadora
Num tempo em que todos morrem de amores pelo Interior
Quando todos dizem querer ajudá-lo a sair do inferior
Aparece um autarca a exigir que os passes dos transportes públicos baixem
O que é uma coisa boa!
Mas, pediu esta medida, só, para a sua Câmara e arredores
Custeada pelo Orçamento Geral do Estado
Corroborando a ideia, que se esperava apagada, de que Portugal é Lisboa, o resto é paisagem
Portanto, o Interior pode continuar a contar com o apoio de todos, mas só com beijinhos e abraços
No Interior, em muitas localidades, nem transportes públicos existem, quanto mais passes!
Na capital há escolhas, no Interior, muitas vezes, a única escolha é o carro de aluguer
Por causa das cabecinhas pensadoras é que o Interior está abandonado
E, as grandes cidades estão a rebentar pelas costuras.
José Silva Costa
Setembro
Setembro, o meu mês, o mais suave e doce
Um mês de transição, entre o verão e o outono
O mês das vindimas e da colheita das frutas
Começaste quente, para alegrar muita gente
Mas tivemos, logo, o reverso da medalha
Mal as temperaturas sobem, os incêndios voltam
Quem é que está interessado em reduzir o País, a cinzas?
De Norte a Sul não escapa nada
Tudo serve de espada
Para quem não tem coragem de aparecer no campo de batalha
Semeiam o terror, com a mão tapada
Oxalá, chova e lhes lave os rancores
Antes que lhes curem as dores.
José Silva Costa
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