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Evolução
Finalmente, na Arábia Saudita, as mulheres têm permissão de condução!
Ainda lhes falta muito, para um total emancipação
Continuam a depender de um tutor masculino
Não têm liberdade na escolha do vestuário
Estão dependentes de autorização para o casamento, abrir conta bancária
Falar livremente com o sexo oposto!
As novas tecnologias e a globalização deram um empurrão
Podemos ver diretamente, as mulheres sauditas, a expressarem a sensação
De experimentarem a condução, e com o brilho das estrelas, mostrarem
Quão grande foi a satisfação de darem liberdade à imaginação
Para elas, foi mais que as mil e uma noites: foi uma noite inesquecível
A liberdade de poderem voar sozinhas, ao volante de automóvel
Sem o habitual condutor e o respetivo controlo
Foi um sonho, tão grande como o de Colombo, colocar de pé um ovo
Os séculos vão rodando e a humanidade vai-se aperfeiçoando
Até o futebol, este ano, contribuiu para a grande alegria das iranianas!
Graças ao apuramento da seleção do Irão, para o Campeonato Mundial de Futebol
Puderam, pela primeira vez, depois da era dos aiatolas, entrar num campo de futebol
Para verem, através de um ecrã de televisão, os jogos da sua seleção
Foram poucos: três, os portugueses cortaram-lhes, maiores aspirações
Diz-se que foi uma autorização excecional, com muitas limitações
Espera-se que o tempo a torne definitiva, para que muitas mulheres não continuem a ser subjugadas a uma vida primitiva
Como o Mundo seria diferente, se houvesse colaboração e respeito mutuo, entre os sexos!
José Silva Costa
Os incêndios
O dia dezassete de Junho e quinze de Outubro de 2017, não deviam ter existido
A Natureza, passado um ano, vai dando sinais de recuperar
Os rouxinóis voltaram a ouvir-se cantar
O verde, aqui e além vai rompendo, querendo o negro tapar
Mas, os humanos não conseguem recuperar
Há muito desanimo, muita tristeza, por apagar
Como recuperar a perda de um filho? Diz um pai
Para muitos sobreviventes, já nada conta
Tudo acabou com as labaredas, que tudo comeram
Nada, depois de tantas perdas, faz sentido
Apenas esperam que o tempo faça o seu trabalho
Em todos aqueles rostos há demasiada dor
As imagens mostram-nos o horror
Por mais,que todos as queiram esquecer
Elas teimam em permanecer.
José Silva Costa
Carta do Infante D. Pedro a D. Duarte [1426]
Enviada de Bruges
Resumo feito por Robert Ricard e constante do seu estudo «L'Infant D. Pedro de Portugal et "O Livro da Virtuosa Bemfeitoria"», in Bulletin
des Études Portugais, do Institut Français au Portugal, Nova série, tomo XVII, 1953, pp. 10-11).
«O governo do Estado deve basear-se nas quatro virtudes cardeais e, sob esse ponto de vista, a situação de Portugal não é satisfatória. A força reside em parte na população; é pois preciso evitar o despovoamento, diminuindo os tributos que pesam sobre o povo. Impõem-se medidas que travem a diminuição do número de cavalos e de armas.
É preciso assegurar um salário fixo e decente aos coudéis, a fim de se evitarem os abusos que eles cometem para assegurar a sua subsistência.
É necessário igualmente diminuir o número de dias de trabalho gratuito que o povo tem de assegurar, e agir de tal forma que o reino se abasteça suficientemente de víveres e de armas; uma viagem de inspecção, atenta a estes aspectos, deveria na realidade fazer-se de
dois em dois anos. A justiça só parece reinar em Portugal no coração do Rei [D. João I] e de D. Duarte; e dá ideia que de lá não sai,
porque se assim não fosse aqueles que têm por encargo administrá-la comportar-se-iam mais honestamente. A justiça deve dar a cada qual
aquilo que lhe é devido, e dar-lho sem delonga. É principalmente deste último ponto de vista que as coisas deixam a desejar: o grande mal
está na lentidão da justiça. Quanto à temperança, devemos confiar sobretudo na acção do clero, mas ele [o Infante D. Pedro] tem a
impressão de que a situação em Portugal é melhor do que a dos países estrangeiros que visitou. Enfim, um dos erros que lesam a prudência é o número exagerado das pessoas que fazem parte da casa do Rei e da dos príncipes. De onde decorrem as despesas exageradas que recaem sobre o povo, sob a forma de impostos e de requisições de animais. Acresce que toda a gente ambiciona viver na Corte, sem outra forma de ofício.»
(Quase 600 anos depois, nada parece ter mudado...)
Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades
Portugal, um retângulo, na ocidental praia
Um retângulo muito pequeno, para tanto sonho
O que nos vale é o muito mar, que não tem limites!
Temos muito por onde nos espraiar, todo o Mundo para abraçar
Somos um povo de navegadores, sonhadores e muitos amores
Um povo incapaz de se deixar aprisionar, numa pequena porção de terra, com tanto mar
Para além desta imensidão de água há outros povos, que queremos tanto conhecer
Não, nunca ficaremos a comtemplar, este vai e vem de ondas a desafiar-nos!
Cavalgá-las-emos sempre, para vermos, o que do outro lado, nos chama
Primeiro, para cartografar tudo o que se encontrava para lá do mar
Depois, para nos libertarmos e darmos asas a todas as nossas ambições
Uma vontade insaciável de conhecermos todos os povos, todas as nações
Uma gente diferente, capaz de amar e abraçar, toda a gente
Que por mar, terra e ar se espalhou e continua a espalhar por onde houver espaço para sonhar
E, se a iniciativa não for nossa, são os outros povos, que nos veem buscar!
Como está a acontecer, porque dentro de nós há um mar de muitos séculos, para admirar
Ninguém fica indiferente à nossa maneira de ser, à nossa afetividade, ao nosso conhecimento da humanidade
Cruzámos todos os mares e continentes, conhecemos tantas gentes, e, em todo o lado deixamos sementes
E, assim continuaremos, pelos séculos fora, passeando os olhos por todos os mares e por todas as gentes.
José Silva Costa
Futebol e Impostos
O futebol nunca foi adepto dos impostos
Os impostos não têm adeptos
A não ser os que vivem deles!
A indústria do futebol está cada vez mais florescente
Por todo o lado estão a espalhar a semente
Não sei o que vai na cabeça da gente
Não há êxito na carreira do futebolista, sem agente
O futebol tem florescido à custa dos impostos de toda a gente
Com políticos que desbaratam o nosso dinheiro com essa gente
Mas, não têm dinheiro para pagar a professores, médicos e enfermeiros
Os futebolistas, para os políticos, são os primeiros
Utilizados para anestesiarem trabalhadores, soldados e marinheiros
É uma doença a que poucos conseguem resistir
É com ele, que a violência está a progredir
Bancos falidos, com os nossos impostos, mantidos
Perdoam lhe, e a dirigentes desportivos, muitos milhões
Enquanto, que para o cidadão comum não há perdões
Se, ainda que por motivos alheios à sua vontade, não pagar as prestações
Será penhorado e despejado, tendo de ir com a família, para debaixo da ponte
Por que razão, as garantias dadas, pelos Clubes e seus dirigentes, não são acionadas?
Porque os nossos impostos estão sempre disponíveis, para pagarem as suas fraudes
Pagarem a jogadores e treinadores, muitos milhões, para o futebol não existem cativações!
Em Espanha, o fisco está a recuperar muitos milhões, sonegados por treinadores e futebolistas
Felizmente, que em Portugal, ninguém foge ao fisco, muito menos, futebolistas e treinadores!
José Silva Costa
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