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Feira do livro

por cheia, em 27.05.18

Feira do Livro de Lisboa

Uma feiticeira, que me esvazia a carteira

Uma bebedeira durante toda a feira

A tentar levá-la inteira

Um ponto de encontro anual

Num ambiente natural

Namorada do Parque Eduardo VII

Durante alguns dias, para abrilhantar

As festas da cidade, onde os olhos podem navegar

Por um imenso mar de livros

Cada um com a sua autora ou autor, lá dentro

Prontos a connosco dialogar

Quando os lemos, também os reescrevemos

Fazendo a construção das personagens no nosso imaginário

Interpretando-os de acordo com as nossas vivências

Por isso, é que os livros têm tanta magia

Dentro dos livros, os autores dormem pelos séculos fora

Mas, quando os lemos, voltam a acordar, para tudo nos contar

Quando te mudaram de casa, e na avenida te plantaram

Visitava- te todos os dias, quando trabalho saía

Corria pela avenida abaixo, visitando todos os pavilhões

À procura do livro do dia, ou dos de bolso

Porque o meu dinheiro sempre foi pouco.

 

José Silva Costa

 

 

 

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publicado às 16:16

Os deserdados

por cheia, em 20.05.18

Dois milhões e meio!

 

Cada vez o fosso salarial nas empresas é maior

Os do topo todos os anos se aumentam

Enquanto os da base são esmagados

Anos e anos sem qualquer aumento, a não ser de trabalho

Ameaçados pelo flagelo do desemprego

Pressionados pelos que todos os anos são aumentados

Para que os lucros cresçam desmesuradamente

Para contentamento dos acionistas, que querem bons dividendos

Muito apostados no capitalismo selvagem

Sem rosto, sem qualquer preocupação de solidariedade

Como se os trabalhadores fossem máquinas

Que nada têm beneficiado com o avanço das novas tecnologias

Que os têm amarrado às empresas, vinte quatro horas por dia

Com grande prejuízo para o convívio das famílias

Em Portugal as disparidades ainda são maiores

Dois milhões e meio de pobres!

São muitos pobres para um país pequeno

Com tantos pobres, os ricos deveriam sentir-se vexaados

Ninguém viverá feliz, de esfomeados, rodeado

Só os defensores da caridade se devem sentir realizados

A nossa miséria já é endémica

Quinhentos anos de misericórdias

Muitos bancos alimentares

Não conseguiram, a fome, afugentar

Ou será que a estão a fomentar?

Acabem com as muitas associações de caridade

Estamos fartos de fomes, de mãos estendidas com chapéu na mão

Numa subserviência de quem não tem direito a pão, habitação, trabalho, justiça

Na segunda débil idade, é doloroso passar os últimos dias

Sem dinheiro para medicamentos, para aliviar as dores.

 

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 18:40

Paridade

por cheia, em 14.05.18

Festival da Eurovisão 2018

 

Há quem passe a vida a criticar

Que tudo não passa de uma feira de vaidades

Bem vestidas, mal vestidas, feias, bonitas e outras tricas

Mas os resultados dos últimos anos estão a mostrar o contrário

Ganha quem consegue transmitir emoção

Portanto, abaixo o negativismo, vamos à construção

Trabalho, solidariedade, diversidade, modernidade, inclusão

Nem todos podem ser modelos!

Os anos acabarão com esses flagelos

O interior sobrepor-se-á o exterior, ganhando valor

Este vai ser o século do amor!

A paridade entre os sexos é o seu motor

Os censores levarão uma grande lição

Os satélites acabarão com as fronteiras

Os muros não passam de asneiras

Os que proíbem o presente têm medo do futuro!

Não! Nunca muros, censores, conseguirão enclausurar o pensamento

Mais tarde ou mais cedo, aqui ou além, chegará o momento

De abrir os braços, gritar liberdade, fazer do pensamento o sustento

Não há força, nem movimento que consiga aprisionar o vento

Os ventos de mudança avançam contra qualquer força de segurança

Nem peia, nem meia, nem gente feia travarão a alegria da veia

Este século já tem, muita coisa, mudado

Só falta alguns compreenderem que todos temos de ter um lugar onde viver!

Que não é crime procurarmos uma vida melhor

Mais que não seja a pensar num futuro melhor, para os filhos

Acabaram-se as fronteiras que nos impediam de opinar

Ganhou a modernidade sem preconceitos de inferioridade.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

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publicado às 18:06

Eurovisão

por cheia, em 08.05.18

A Eurovisão

 

O jardim floriu

Os turistas, em Portugal, são um rio

Nunca Lisboa, tanta gente, viu

As canções que Abril produziu

Vão, por alguns dias, embalar um Mundo vazio

Enquanto os povos cantam juntos, espantam o frio

Que as competições sempre trazem

Por ser quase impossível

Fazer justiça, no resultado!

Ficam as recordações dos rostos

De um Globo massacrado

Durante algumas horas espantado

Por se unirem num festival

Para mostrarem como tudo seria diferente

Se os povos se juntassem mais vezes, para cantarem

Eurovisão! Como fomentar a comunhão, interagir, conhecer um pouco melhor, cada país

Contribuir para a paz, para a diversidade, para a amizade, para humanizar a humanidade

Este ano, Lisboa foi a cidade, graças ao Salvador!

Portugal pode mostrar ao Mundo o seu valor.

 

José Silva Costa

 

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publicado às 22:51

Futebol

por cheia, em 06.05.18

Perdões

 

Os Bancos e os seus perdões

De muitos e muitos milhões (94,5 milhões)

Arrancados aos contribuintes, que contam os tostões

Que, sem perdões, são despejados pelos tabeliões

Num País de muitos vilões

Onde o dinheiro escasseia, para as instituições

Com escolas a cair, falta de creches, que causam, aos pais, muitas aflições

Um Serviço Nacional de Saúde onde andam todos aos empurrões

Perdões de milhões, ao futebol, para anestesiarem as multidões

Futebol, vinte e quatro horas por dia, em todos os canais de todas as televisões!

Os doentes da bola agradecem com muita pancadaria e confusões

O pontapé na bola a causar as maiores paixões!

Não se queixem da falta de escolas, hospitais e tribunais

Enquanto aplaudirem dirigentes, futebolistas e outros foliões

Que, graças às vossas reações, arrecadam muitos biliões.

 

Tudo o que é demais não presta!

 

 

José Silva Costa

 

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publicado às 23:08

O dinheiro é que manda!

por cheia, em 02.05.18

Quem o desviou?

 

Quem são os devedores, que fazem com que tenhamos de socorrer os Bancos?

A braços com as imparidades, palavra para esconder os prejuízos ou o crédito mal parado

Têm de recorrer ao Estado, para que os depositantes tenham o seu dinheiro, assegurado

Todos nos indignamos com os milhões, que o Estado dá à Banca, para repor o que foi roubado

Ninguém, até hoje, nos quis dizer, ou fazer saber, quem foi à Banca beber, sem cuidado

Para melhor levantarem quanto queriam, pelo Governo, o administrador da CGD, foi nomeado

Tudo bem urdido, com a intenção de ajudar um comendador a comprar um Banco privado

Sem dinheiro, mas muito bem amparado, à Caixa Geral de Depósitos, o pediu emprestado

Nesta República tudo é permitido, a alguns, a outros nada é permitido, nada é autorizado

Quem deve o dinheiro, quem lho entregou, os milhões, que o Estado, na CGD, tem enterrado ?

É segredo Bancário, todos se escondem atrás desse véu, para o povo não saber, por quem foi enganado

Agora, alguém apareceu, que quer saber o que aconteceu, por quem o dinheiro foi levado

E, mais, está disposto a ajudar a alterar a lei, para que se acabem as desculpas, para o não revelado!

Por que razão, em todo este tempo, quem podia, no Parlamento, alterar a lei, esteve calado?

Os contribuintes têm de estar sempre prontos, para ajudarem a tapar o queijo esburacado

O povo merecia ser melhor representado. E, que com o seu dinheiro tivessem mais cuidado

Não se governem! Governem bem o dinheiro arrecadado, algum mal cheiroso, e outro muito

suado!

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 18:47


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