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Feira do Livro de Lisboa
Uma feiticeira, que me esvazia a carteira
Uma bebedeira durante toda a feira
A tentar levá-la inteira
Um ponto de encontro anual
Num ambiente natural
Namorada do Parque Eduardo VII
Durante alguns dias, para abrilhantar
As festas da cidade, onde os olhos podem navegar
Por um imenso mar de livros
Cada um com a sua autora ou autor, lá dentro
Prontos a connosco dialogar
Quando os lemos, também os reescrevemos
Fazendo a construção das personagens no nosso imaginário
Interpretando-os de acordo com as nossas vivências
Por isso, é que os livros têm tanta magia
Dentro dos livros, os autores dormem pelos séculos fora
Mas, quando os lemos, voltam a acordar, para tudo nos contar
Quando te mudaram de casa, e na avenida te plantaram
Visitava- te todos os dias, quando trabalho saía
Corria pela avenida abaixo, visitando todos os pavilhões
À procura do livro do dia, ou dos de bolso
Porque o meu dinheiro sempre foi pouco.
José Silva Costa
Dois milhões e meio!
Cada vez o fosso salarial nas empresas é maior
Os do topo todos os anos se aumentam
Enquanto os da base são esmagados
Anos e anos sem qualquer aumento, a não ser de trabalho
Ameaçados pelo flagelo do desemprego
Pressionados pelos que todos os anos são aumentados
Para que os lucros cresçam desmesuradamente
Para contentamento dos acionistas, que querem bons dividendos
Muito apostados no capitalismo selvagem
Sem rosto, sem qualquer preocupação de solidariedade
Como se os trabalhadores fossem máquinas
Que nada têm beneficiado com o avanço das novas tecnologias
Que os têm amarrado às empresas, vinte quatro horas por dia
Com grande prejuízo para o convívio das famílias
Em Portugal as disparidades ainda são maiores
Dois milhões e meio de pobres!
São muitos pobres para um país pequeno
Com tantos pobres, os ricos deveriam sentir-se vexaados
Ninguém viverá feliz, de esfomeados, rodeado
Só os defensores da caridade se devem sentir realizados
A nossa miséria já é endémica
Quinhentos anos de misericórdias
Muitos bancos alimentares
Não conseguiram, a fome, afugentar
Ou será que a estão a fomentar?
Acabem com as muitas associações de caridade
Estamos fartos de fomes, de mãos estendidas com chapéu na mão
Numa subserviência de quem não tem direito a pão, habitação, trabalho, justiça
Na segunda débil idade, é doloroso passar os últimos dias
Sem dinheiro para medicamentos, para aliviar as dores.
José Silva Costa
Festival da Eurovisão 2018
Há quem passe a vida a criticar
Que tudo não passa de uma feira de vaidades
Bem vestidas, mal vestidas, feias, bonitas e outras tricas
Mas os resultados dos últimos anos estão a mostrar o contrário
Ganha quem consegue transmitir emoção
Portanto, abaixo o negativismo, vamos à construção
Trabalho, solidariedade, diversidade, modernidade, inclusão
Nem todos podem ser modelos!
Os anos acabarão com esses flagelos
O interior sobrepor-se-á o exterior, ganhando valor
Este vai ser o século do amor!
A paridade entre os sexos é o seu motor
Os censores levarão uma grande lição
Os satélites acabarão com as fronteiras
Os muros não passam de asneiras
Os que proíbem o presente têm medo do futuro!
Não! Nunca muros, censores, conseguirão enclausurar o pensamento
Mais tarde ou mais cedo, aqui ou além, chegará o momento
De abrir os braços, gritar liberdade, fazer do pensamento o sustento
Não há força, nem movimento que consiga aprisionar o vento
Os ventos de mudança avançam contra qualquer força de segurança
Nem peia, nem meia, nem gente feia travarão a alegria da veia
Este século já tem, muita coisa, mudado
Só falta alguns compreenderem que todos temos de ter um lugar onde viver!
Que não é crime procurarmos uma vida melhor
Mais que não seja a pensar num futuro melhor, para os filhos
Acabaram-se as fronteiras que nos impediam de opinar
Ganhou a modernidade sem preconceitos de inferioridade.
José Silva Costa
A Eurovisão
O jardim floriu
Os turistas, em Portugal, são um rio
Nunca Lisboa, tanta gente, viu
As canções que Abril produziu
Vão, por alguns dias, embalar um Mundo vazio
Enquanto os povos cantam juntos, espantam o frio
Que as competições sempre trazem
Por ser quase impossível
Fazer justiça, no resultado!
Ficam as recordações dos rostos
De um Globo massacrado
Durante algumas horas espantado
Por se unirem num festival
Para mostrarem como tudo seria diferente
Se os povos se juntassem mais vezes, para cantarem
Eurovisão! Como fomentar a comunhão, interagir, conhecer um pouco melhor, cada país
Contribuir para a paz, para a diversidade, para a amizade, para humanizar a humanidade
Este ano, Lisboa foi a cidade, graças ao Salvador!
Portugal pode mostrar ao Mundo o seu valor.
José Silva Costa
Perdões
Os Bancos e os seus perdões
De muitos e muitos milhões (94,5 milhões)
Arrancados aos contribuintes, que contam os tostões
Que, sem perdões, são despejados pelos tabeliões
Num País de muitos vilões
Onde o dinheiro escasseia, para as instituições
Com escolas a cair, falta de creches, que causam, aos pais, muitas aflições
Um Serviço Nacional de Saúde onde andam todos aos empurrões
Perdões de milhões, ao futebol, para anestesiarem as multidões
Futebol, vinte e quatro horas por dia, em todos os canais de todas as televisões!
Os doentes da bola agradecem com muita pancadaria e confusões
O pontapé na bola a causar as maiores paixões!
Não se queixem da falta de escolas, hospitais e tribunais
Enquanto aplaudirem dirigentes, futebolistas e outros foliões
Que, graças às vossas reações, arrecadam muitos biliões.
Tudo o que é demais não presta!
José Silva Costa
Quem o desviou?
Quem são os devedores, que fazem com que tenhamos de socorrer os Bancos?
A braços com as imparidades, palavra para esconder os prejuízos ou o crédito mal parado
Têm de recorrer ao Estado, para que os depositantes tenham o seu dinheiro, assegurado
Todos nos indignamos com os milhões, que o Estado dá à Banca, para repor o que foi roubado
Ninguém, até hoje, nos quis dizer, ou fazer saber, quem foi à Banca beber, sem cuidado
Para melhor levantarem quanto queriam, pelo Governo, o administrador da CGD, foi nomeado
Tudo bem urdido, com a intenção de ajudar um comendador a comprar um Banco privado
Sem dinheiro, mas muito bem amparado, à Caixa Geral de Depósitos, o pediu emprestado
Nesta República tudo é permitido, a alguns, a outros nada é permitido, nada é autorizado
Quem deve o dinheiro, quem lho entregou, os milhões, que o Estado, na CGD, tem enterrado ?
É segredo Bancário, todos se escondem atrás desse véu, para o povo não saber, por quem foi enganado
Agora, alguém apareceu, que quer saber o que aconteceu, por quem o dinheiro foi levado
E, mais, está disposto a ajudar a alterar a lei, para que se acabem as desculpas, para o não revelado!
Por que razão, em todo este tempo, quem podia, no Parlamento, alterar a lei, esteve calado?
Os contribuintes têm de estar sempre prontos, para ajudarem a tapar o queijo esburacado
O povo merecia ser melhor representado. E, que com o seu dinheiro tivessem mais cuidado
Não se governem! Governem bem o dinheiro arrecadado, algum mal cheiroso, e outro muito
suado!
José Silva Costa
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