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Castelos de areia
Um ano inteiro a sonhar
Com estes dias à beira mar
Poder, nas ondas do teu cabelo, navegar
Deito-me no brilho dos teus olhos
Começo logo a sonhar
Com o que a internet nos teima em mostrar
Todos os paraísos do mundo
Onde gostava de te levar
E, é essa desmesurada ambição
Que não me deixa, estes poucos dias aproveitar
Porque estou sempre a magicar
A construir castelos de areia
Para onde te possa levar
Beber a alegria de te sentires sereia
Mas, acordo na realidade
Amanhã temos de ir trabalhar
Voltar à correria de sempre
Na esperança de para o ano voltar.
José Silva Costa
Mijar sentado
Dois mil e dezassete
Meio ano volvido
Tudo parecia florido
Défice controlado
O produto interno bruto a crescer
E esperança de ver o rendimento crescer
O diabo a sete!
De repente o país aqueceu
As temperaturas ultrapassaram os quarenta graus centígrados
Começou a arder
Muito alcatrão para estender
A pensar nas eleições que vão acontecer
Como se não bastasse
Tancos despoletou uma catástrofe
Para a atenuar
As casas de banho públicas, em breve, serão unissexo
Acabarão os urinóis
Todos mijarão sentados.
Mais comodo, mais higiénico, mais democrático.
José Silva Costa
Cinzas
O verde transformou-se em negro
O sol espalhou o medo
As pessoas enfrentaram o desespero
O fogo engoliu-as
Tudo desapareceu
Até o céu morreu!
Só o fumo permaneceu
Agora, nem pessoas, nem casas, nem fábricas
Tudo ardeu
Ficou o desemprego
Não há sombras, nem sonhos, nem esperança
Nada permaneceu
Toda a Natureza cedeu
José Silva Costa
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