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Alentejo

por cheia, em 30.04.16

Maio

Maio, mês de todas as flores e de todos os horrores

Das ceifeiras e das papoilas

Trigueiras ceifeiras, de rosto tapado, para se protegerem dos beijos do sol, das papoilas e das espigas

A ceifa parecia uma orquestra bem afinada, um espetáculo inesquecível

Um movimento com o céu parado: mãos, canudos e foices num movimento sincronizado

Formavam um harmonioso bailado, com as espigas a dançarem no ar abafado

Que tem por fim segar o trigo e coloca-lo no restolho, confortado

À espera de ir para a eira, para ser debulhado.

Ninguém mais verá a planície florida de moças e moços, papoilas e espigas douradas

Não. Não verão mais o mar de trigais, ondulando, pontuado, aqui e além, por papoilas vermelhas

Não. O Alentejo não será mais o celeiro de Portugal

Um sacrifício a que foi condenado

Mesmo que a terra gemesse e já nada desse

Gentes e terra foram condenadas, por não se submeterem

A uma ditadura odiada.

Foste libertado em Abril, mas floriste em Maio

Acabou a adiafa, gratificação que simbolizava o fim de um dos trabalhos mais penosos.

Corpos vergados ao sol escaldante, em movimentos de competição, para colherem o pão

Que bom que seria, que todos soubessem, quantas voltas das, até chegares à mesa!

 

 

José Silva Costa

 

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publicado às 21:59

25 de Abril de 2016

por cheia, em 24.04.16

Vinte e cinco de Abril de 2016

Este ano vais florir

Sob a bandeira de um Governo de Esquerda

Mais sensível aos dramas socias, do que aos financeiros

Gente Lusa, agarrai com pujança!

Esta grande mudança

Mostrando, que com trabalho e muito tino

Podeis, de novo, espantar o Mundo

Porque, quem fez uma revolução

Com cravos vermelhos e beijos

Tem sabedoria para afirmar:

Não é fechando a fronteira

Que se acaba com a asneira

Ninguém pediu para nascer aqui ou acolá!

Trabalhemos com afinco

Homens e mulheres

Lado a lado

Para construirmos

Um Mundo melhor

Mais feliz!

Sem ódios nem preconceitos

Estamos todos, à Natureza, sujeitos

“ Fazer bem, sem olhar a quem”

Deve ser a nossa Bandeira.

 

José Silva Costa

 

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publicado às 22:31

Refugiados

por cheia, em 20.04.16

Migrantes

 

Senhores governantes

Dos países Europeus

Estão a ver, como o vosso acordo com a Turquia

Está a matar mais refugiados!

Quantos, mais milhões, terão de morrer

Para vos fazer compreender

Que o fecho das fronteiras nada vai resolver?

Porque é mais penoso, na origem, morrer

Do que enfrentarem o mar.

Não tenham medo de tomar decisões

Mesmo que percam eleições!

Mandem, o mediterrâneo, cercar

De arame-farpado

Para ninguém passar.

José Silva Costa

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publicado às 23:05

Papéis

por cheia, em 18.04.16

Os Comendadores

 

Papéis do Panamá

Onde é que os não há?

Famosas regras da concorrência

Com tantos buracos negros

Não há decência!

Comendadores, muito generosos

É no que dá

Comendadores, donos de fundações

E de outros alçapões

Para esconderem os milhões.

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publicado às 22:17

Amigos, amigos, negócios à parte

por cheia, em 16.04.16

Ajuste direto

 

Por que razão não acabam, de vez, com o ajuste direto?

Porque é uma maneira de favorecerem os amigos e, em certos casos, até os inimigos: dá para todos.

Tal como as leis para prevenir a corrupção, que, muito trabalho dá a polícias, advogados e juízes.

De, quando em vez muito badaladas, mas que nunca conseguiram ser aprovadas!

Quem faz e aprova leis, ia-se incriminar?

 

 

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publicado às 16:33

Mais tachos

por cheia, em 14.04.16

Todos querem ser Presidentes.

Toda a Esquerda quer mais cargos públicos.

Mais Freguesias, mais Concelhos, quem sabe, até Regiões, porque o País é de grandes dimensões!

O que todos querem é poleiro, serem Presidentes, para terem cadeiras diferentes.

Ninguém os vê empenharem-se em reorganizar o Território, no sentido de uma maior harmonia, esbatendo as desigualdades entre o litoral e o interior.

Não! Porque isso não é para o Senhor Doutor: dá trabalho e dor.

Pelo contrário, querem dividir o País em cotadas, para que cada um possa ter a sua.

Há maior ambição, para o Português, do que ser Presidente, seja do que for?

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publicado às 19:09

Lisboa

por cheia, em 12.04.16

Lisboa, não te chegues perto dos cais

O rio não tem mais sorrisos nem ais

E tu sabes que ficas e vais.

Vais para onde os turistas te levarem

Por terra, ar ou mar

Com o teu espreguiçar e amanhecer

Com as tuas flores, odores e tudo mais.

No futuro vão ser sempre mais

As flores a querem subir aos cais

De onde os séculos partiram

Para não voltarem mais

Perderam para sempre os teus cais

Aventuraram-se demais

Empurrados pelo brilho dos teus sais

Na esperança de voltarem

A receber mais flores

Sempre com mais cores.

 

 

 

José Silva Costa

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publicado às 20:55

Os papéis do Panamá

por cheia, em 09.04.16

Andam todos aos papéis

Sempre com a ganancia de acumularem mais papel

Mesmo que sintam um sabor a fel

Por contribuírem para um triste Mundo

Por levarem vidas ao fundo.

Estão todos ansiosos, por notícias do Panamá

Mas, os jornais têm os seus canais

Primeiro os que têm menos exposição mediática

Para o fim ficam os políticos

Para funcionarem como cabeças de cartaz

Para que não tenham paz.

 

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publicado às 21:13


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