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O futebol ainda é um desporto, ou tornou-se num combate de vinganças?
Não será um “desporto” violento, que só deveria ser visto por adultos!
Tanta violência: doméstica, desportiva, policial, entre miúdos e graúdos, velhos e novos.
Todos os dias as televisões nos enchem os olhos de violência, mas a semana passada foi particularmente dramática.
O rapaz de treze anos que foi espancado até à morte, por um de dezassete anos!
E, para terminar a semana, a habitual violência , dentro e fora dos recintos desportivos.
Mas, ontem, em Guimarães, a violência não poupou nada nem ninguém. Um pai foi brutalmente agredido por um graduado da PSP, porque estava a cuidar dos filhos.
Depois de terem passado duas horas de tensão a ver o jogo, e vendo que as comemorações, no interior do estádio não eram aconselháveis aos menores, pediu à policia para os deixarem sair.
Cá fora, quando estava a dar água, a um dos filhos, o senhor agente da autoridade parece ter estranhado a presença de quatro benfiquistas, naquele local, questionou-os.
Para além dos filhos e do pai, também o avô os acompanhou, todos queriam festejar o título de bicampeões. Mas, de repente as televisões mostram um idoso a querer falar com os agentes, e o graduado dá-lhe dois murros na cara, corre para o filho, puxa do cassetete e foi malhar até se fartar.
O neto mais novo, de nove anos, urinou-se pelas pernas abaixo, um dos policias rodeou-o, tentando que ele não visse mais aquele horrível cena de bastonadas no pai.
Foi um momento de extrema brutalidade, as câmaras e os écrans das televisões rebentaram –nos os olhos. Quem viu, não esquecerá a violência com que são comemorados os títulos, no futebol!
Desde a destruição do Estádio, do apedrejamento dos agentes da autoridade, à c arga de bastonadas em país e avós, à frente de filhos e netos, há de tudo!
José Silva Costa
Baleizão, 19/05/1954
Catarina Eufémia
O dia parecia de calma, com o mercúrio a passar o quarenta graus centígrados
Mas, de repente tornou-se num inesquecível dia de terror
As espigas já estavam douradas, segá-las era uma oportunidade para enganar a fome
Porque com trabalho sazonal: monda e ceifa, a fome era endémica.
Querias, para os teus filhos, pão
Querias, ao patrão, expor a tua razão
Com a força de quem tem filhos para criar
E, para melhor a aflição demonstrar
Decidiu, nos braços, o terceiro filho, levar
Quem poderia adivinhar, o que os podia esperar?
Quando, com a realidade não conseguimos conviver
É às armas que, os fracos, costumam recorrer
Não é isso que, no Mediterrâneo, estamos a fazer?
Com a convicção de que te iam entender
Porque, certamente, não quereriam ver
Os teus filhos, à fome, morrer!
Enfrentaste o tenente da GNR, que não teve pejo em te abater!
Com três tiros: um por cada filho !
Uma crueldade exemplar!
Para que mais ninguém tivesse a ousadia de falar
Cego, pelo poder, nem viu o que estava a fazer
Uma dor! Um horror! Que o Mundo nunca vai esquecer!
José Silva Costa
Mãe, mãe, mãe
Palavra tão doce
Toda feita de amor
Com perfume de flor.
O teu colo é um andor
Onde embalas o futuro
Em segurança e com calor
Acalmas toda a dor.
Mãe, Mãe, mãe
Como me sinto tranquilo
No teu regaço!
Protegido pelo teu braço
Que melhor aconchego?
Onde sonho com o cansaço
Que te dou
Que só superas
Com a ajuda do brilho das flores!
Mãe, mãe, mãe
Como tu não há mais ninguém
Porque , só tu, me embalaste
Ternamente, no teu ventre!
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