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Sem nada!
Quente e triste outubro, vais acabar!
Mas, antes tiveste de deixar tanta gente de luto
Tanta gente, a quem levaste tudo!
Tantos sem um lugar, seguro!
Com o pão de cada dia no escuro
Como vão enfrentar o futuro?
Sem trabalho, sem casa, sem nada
Ficaram sem animais, sem vegetação
Mas, com um punhado de cinza, na mão
Todas as culturas e canseiras de séculos, desapareceram
Como podemos, tamanha tragédia, compreender?
Sentimo-nos envergonhados por o que deixámos acontecer
Morrer uma pessoa, já era demais!
Mas, deixar morrer cento e dez!
Deveria fazer-nos pensar, revoltar, não dormir, mais
Quem está no aconchego do seu lar
Não consegue imaginar
O que é, sem nada, ficar
Trabalhar noite e dia, sem um dia de férias, tirar
Porque quem tem animais, para guardar, não os pode abandonar
Nem que lhes queira dar férias, não o pode fazer!
Há coisas, que não conseguem entender
Que pessoas há, que trabalham 365 dias por ano, e de 4 em 4 anos,366!
Não, não merecíamos tanta pobreza, tanta desigualdade, tanta miséria!
Tanta gente abandonada à sua tristeza.
José Silva Costa
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